Eleições municipais de 2024 são entrave para federação entre PT e PSB
Nem tudo são flores para o fechamento da federação entre PT e PSB, com vistas a formação das chapas poroporcionais para este ano. Parte das duas legendas está empenhada em se unir e formar uma chapa em 2022. A ideia é filiar o Ex-Governador Geraldo Alckmin ao PSB para indicá-lo a vice do ex-presidente Lula da Silva (PT) e formar uma federação.
Mas, disputas sobre eleições estaduais, porém, têm dificultado a evolução das negociações. Caso decidam se federar, porém, as siglas serão obrigadas a caminhar juntas nas mais de 5.500 cidades do Brasil em 2024. A engenharia política a ser montada para que isso ocorra sem maiores intercorrências, na visão de dirigentes petistas e pessebistas, é praticamente impossível.
Como pano de fundo dessas arestas imediatas está 2024. A avaliação é que a dificuldade para encontrar consensos nos estados do país neste ano será ainda maior no pleito municipal. Em São Paulo (SP), por exemplo, a disputa de 2024 tem chance de seguir o mesmo rumo da de 2022: ambos os partidos querem estar na cabeça de chapa. A deputada federal Tabata Amaral (na foto), por exemplo, filiou-se ao PSB com a expectativa de se lançar à prefeitura da capital daqui a dois anos.
Em Pernambuco, os dois partidos protagonizaram uma briga duríssima em 2020 que, para muitos, é irreconciliável. No Rio de Janeiro, ambas as siglas não estiveram juntas em nenhuma das últimas duas eleições.
Também tem pesado a pressão de setores do PSB do Sul e Sudeste que são mais distantes do PT e que haviam se afastado em definitivo do partido depois do impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Prova do distanciamento entre as duas legendas é que, dois anos atrás, elas estiveram juntas apenas nas eleições de Florianópolis e Salvador entre as capitais. Em 2020, por exemplo, ambos os partidos estiveram na mesma coligação em apenas 2 das 26 capitais do país e formaram chapa conjunta em somente 1 delas.
Alguns dos principais dirigentes dos dois partidos, contudo, estão empenhados em fechar acordos estaduais que viabilizem a formação de uma federação. O Rio Grande do Norte é um deles. O deputado federal Rafael Motta torce pela federação, pois o seu PSB hoje tem dificuldades de sair em carreira solo e atrapalha sua reeleição.
Por isso, as direções do PT e do PSB decidiram encaminhar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um pedido de ampliação de prazo para que possam fechar uma eventual federação partidária.