Entenda por que votos do Sul e Sudeste são divulgados primeiro pelo TSE
Durante a apuração das urnas no primeiro turno das eleições 2022, resultados dos pleitos de estados das regiões Sul e Sudeste foram divulgados inicialmente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Já as porcentagens do Norte e do Nordeste se mostraram as últimas a serem publicadas pela Corte.
De acordo com o órgão, a situação se repete em todas as eleições e é causada por “variadas questões de logística na transmissão de votos”.
“Devido ao volume de informação que é recebida pelo TSE ao mesmo tempo, os votos do Norte do país acabam chegando a Brasília por último; por isso, aguardam numa ‘fila’ para serem processados”, informou o órgão.
Um dos fatores que influenciam no tempo de divulgação dos resultados é a distância entre grandes centros e municípios do interior do Norte e do Nordeste e em partes do Centro-Oeste.
“A problemática envolve a capacidade de processamento do computador disponível na localidade para a transmissão dos dados, bem como a estabilidade e a velocidade da rede de dados local na conexão com a rede privativa da Justiça Eleitoral”, informou o TSE.
De acordo com Júlio Valente, secretário de Tecnologia da Informação do TSE, o órgão tenta contornar a dificuldade com distâncias fazendo o transporte de mesários até um ponto de transmissão da Justiça Eleitoral. Em áreas remotas, como comunidades indígenas, o TSE também utiliza um telefone via satélite.
Volume de dados
Outro fator que influencia no atraso da divulgação dos resultados é o volume de dados. As informações chegam ao Centro de Processamento de Dados (CPD) do TSE, em Brasília, e são computados por “ordem de chegada”.
“Os dados dos estados que lidam com contingências de infraestrutura informacional acabam chegando ao TSE depois dos das regiões Sul e Sudeste, que conseguiram fazer a transmissão mais facilmente. Por isso, ficam aguardando numa ‘fila’ para serem, enfim, processados e totalizados”, explicou o órgão.
De acordo com o TSE, o CPD recebe mais de 496 mil boletins de urna simultaneamente. “Como tudo chega ao TSE ao mesmo tempo e na mesma estrutura de dados, às vezes, 30 segundinhos que se leve para conectar depois da votação já são suficientes para que tenham entrado mais de 50 mil Boletins de Urna na frente”, detalhou Valente.
Metrópoles