Demissões na Globo e Record evidenciam o aperto financeiro nas redes de TV
Recentes demissões no jornalismo da Record TV surpreenderam o mercado. O canal dispensou, entre outros, a veterana Roberta Piza, a popular Fabíola ‘Rabo de Arraia’ Gadelha, a prestigiada Mariana Weickert e o experiente Luiz Carlos Azenha.
Os cortes resultam da equação envolvendo salário, produtividade e custo-benefício. No fim das contas, todos os funcionários e contratados de uma empresa são números.
Apesar de ter lucrado R$ 130 milhões em 2021, o canal do bispo Edir Macedo foi afetado pela instabilidade econômica do ano passado, agravada pelas incertezas decorrentes da eleição presidencial.
O mesmo aconteceu com as outras redes de TV, inclusive a maior, mais vista e com maior patrimônio, a Globo. Todas precisaram reduzir despesas fixas e rever investimentos.
Como é difícil fazer cortes nas operações técnicas imprescindíveis para manter uma emissora no ar, solução é dispensar quem recebe salário mais alto e que, teoricamente, pode ser substituído por um profissional ‘mais barato’.
Na Globo, que registrou prejuízo de R$ 173 milhões em 2021, vários veteranos do jornalismo – alguns com mais de 30 anos de casa – foram dispensados nos últimos três anos. Entre eles, Neide Duarte, Edney Silvestre, Carlos Tramontina e Ernesto Paglia.
Causa espanto os canais abrirem mão do talento e da experiência de tantos profissionais queridos do público. Mas a sobrevivência do negócio se impõe.
Quando as redes buscam sair do vermelho ou ampliar o lucro, as demissões são o efeito colateral mais comum. No mundo corporativo, a matemática quase sempre tem mais força do que as relações humanas.
A fase de demissões não acabou na Globo. Novas ‘vítimas’ da reestruturação financeira serão anunciadas em breve. O mesmo pode acontecer na Record, que busca se descolar do SBT na guerra pelo segundo lugar no ranking do Ibope.
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