Reajuste do salário mínimo e retomada de obras: as promessas de Lula que ainda não viraram realidade
Prestes a completar um mês desde que retornou ao comando do Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem corrido contra o tempo para cumprir as promessas feitas durante a campanha. Desde o início de seu terceiro mandato, Lula tem cobrado do primeiro escalão a lista de prioridades de cada ministério para os primeiros 100 dias de governo.
No meio do caminho, porém, o governo precisou lidar com as demandas impostas pelos atos de 8 de janeiro, quando radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Interlocutores admitem que o episódio tem dificultado o esforço do Planalto por uma agenda positiva.
Antes dos atos, no entanto, Lula já enfrentava dificuldades para cumprir algumas propostas feitas durante as eleições e tirar algumas medidas do papel, como é o caso do reajuste no valor do salário mínimo.
Ainda nos primeiros dias de governo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o salário mínimo é atrelado ao valor repassado para as aposentadorias e que houve um represamento na concessão de aposentadorias no governo Bolsonaro que, segundo Costa, tem impacto no reajuste do mínimo.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, tem dito que o valor do mínimo permanecerá nos atuais R$ 1.302 pelo menos até maio deste ano. Durante a campanha, Lula prometeu elevar o salário mínimo para R$ 1.320, como prevê o Orçamento da União para este ano.
Em meio ao imbróglio, o governo anunciou a criação de um grupo de discussão para tratar de uma política permanente de valorização do salário mínimo. Um eventual reajuste deve ser discutido por esse grupo.