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Fernando Lélis: um itaporanguense de sucessos

 

Titi ti e Um par de alianças. Músicas surgidas em décadas diferentes, e mesmo com idades e estilos nada parecidos, conseguiram alcançar o sucesso e projetar um homem simples do interior da Paraíba para o estrelato nacional.

João Lélis Pinto, depois batizado artisticamente de Fernando Lélis, saiu de Itaporanga ainda na adolescência. Migrou para João Pessoa e, de lá, para o Rio de Janeiro, de onde conquistou o país inteiro através da música.

Lélis é a fusão de duas famílias bem conhecidas de Itaporanga: Os Pinto, do Jenipapo; e
os Vicente, do sítio Cantinho, berço de alguns dos grandes nomes da música regional, entre os quais Dedé, Zé Badú, Francimar Araújo e o maestro Geraldo de Mazinho.

Foi na década de 70 que Fernando Lélis começou profissionalmente na música, gravando um compacto em vinil com duas faixas. Esse primeiro trabalho não repercutiu nacionalmente, mas em um cantinho da cidade de Itaporanga foi sucesso disparado: a Casa Rádio, antiga loja do saudoso João Vicente Neto, primo do cantor. Mas, quatro anos depois, o filho de Luiz Pinto (Lula) e Luzia Alves Pinto encontrou o caminho do sucesso com o LP “Amor que coisa linda”, gravado pela CBS, hoje Sony. Entre as 12 composições, Um par de alianças, composição de Bartô Galeno, Edmundo Viana e Walter Costa.

E vieram muitos outros sucessos: Jesus e Madalena, Pecadora e Cadeira Vazia, este de Lupicínio Rodrigues, e Os Apaixonados, música feita exclusivamente para Lélis pelo compositor Adelino Moreira, o homem que projetou Nelson Gonçalves para o sucesso. Fernando Lélis conquista o rádio, a TV e um grande público por todo o Brasil. Suas interpretações apaixonadas lhe rendem o apelido de O Apaixonado.

O compositor
O ano de 1984 marca a entrada de Lélis no mercado musical com suas próprias composições. Pela gravadora Continental, o itaporanguense lança o disco “Ta chovendo mulher”. É uma gravação que rompe com o romantismo melódico, até então a marca principal do artista, ao trazer estilos mais rítmicos e diversificados: merengue, frevo, boleros. Mas é com uma letra popular e bem humorada que Lélis reconquista o sucesso nacional.

Tititi, uma de suas parcerias com Jacinto José, tocou no país inteiro e fez tanto sucesso que foi regravada por diversos nomes da música brasileira, entre os quais Fafá de Belém. A última vez que o cantor visitou Itaporanga foi em 1975. Veio rever os familiares, mas não poderia regressar ao Rio sem presentear seus conterrâneos com um grande show.A festa foi no Atlântida Esporte Clube e reuniu centenas de itaporanguenses.

Lélis hoje
Hoje, aos 75 anos e esquecido pela mídia, como alguns dos grandes nomes da música popular brasileira, Fernando Lélis continua no Rio de Janeiro e em atividade. Para o pesquisador musical, Inácio Farias, Lélis é o artista itaporanguense de maior projeção nacional de todos os tempos.

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