Inflação argentina cai pela metade em maio e tem menor índice desde janeiro de 2022
A inflação na Argentina caiu pela metade de abril para maio, atingindo alta de 4,2%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC, na sigla em espanhol) publicados nesta quinta-feira (13). Em abril, o índice havia subido 8,8%. Este é o índice mais baixo desde janeiro de 2022, quando os aumentos de preço chegaram a 3,9%.
Foi o quinto mês seguido de retração dos preços após bater o pico de 25,5% em dezembro do ano passado. A inflação acumulada dos últimos 12 meses chegou a 276,4% e a deste ano 71,9%. No mês anterior, a soma em 12 meses havia atingido 289,4%.
Luiz Caputo, ministro da Economia da Argentina, afirmou que o resultado aprofunda o processo de desinflação do país. “A média trimestral móvel da variação do índice chegou ao nível mais baixo desde julho de 2023”, escreveu em seu perfil na rede social X.
A desaceleração acontece sobre níveis elevados de preços, que dispararam desde agosto do ano passado – mês das eleições primárias do país – e chegaram ao ápice de aumentos em dezembro, quando o índice atingiu 25,5%.
Uma das disparadas que mais chamaram atenção foi a dos planos de saúde, cujo controle de preços foi eliminado pelo megadecreto de desregulação da economia, assinado por Javier Milei em dezembro.
Desde o fim do tabelamento, as prestadoras de saúde aumentaram as mensalidades em mais de 105% e foram criticadas pelo ministro da Economia por “declarar guerra à classe média”.
O governo estabeleceu que prestadores do serviço não poderiam reajustar mensalidades acima do índice de inflação oficial do país e, em negociação com Justiça, as empresas aceitaram devolver parte dos aumentos cobrados.
A queda do poder de compra da população é percebida pela queda da atividade: março registrou o quinto mês seguido de retração, com uma queda de 8,4% em relação a fevereiro.
De acordo com uma pesquisa do instituto Zurbán Córdoba realizada em maio, 41,4% dos entrevistados afirmam que chegam ao fim do mês com dificuldade, 41,2% dizem que não chegam e somente 16,5% respondem que conseguem economizar.
Apesar da dificuldade, segundo o estudo, o atual governo conta com 46,6% de aprovação e o sentimento mais citado pelos entrevistados quando questionados sobre o atual estado do país é “esperança”, com 29%.