Lula condecorou ditador da Síria deposto Bashar al-Assad com maior honraria brasileira, em 2010
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condecorou o ditador da Síria deposto, Bashar al-Assad, com o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul em junho de 2010. A honraria foi entregue durante uma visita do ex-líder sírio ao Brasil.
É a mais alta condecoração brasileira para estrangeiros. Ela também foi dada pelo petista ao ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica na quinta-feira (5/12).
O decreto que concedeu a condecoração a Assad foi o de 12 de julho de 2010. Ele consta no DOU (Diário Oficial da União) publicado em 13 de julho de 2010.
Em 2018, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que era do DEM na época, apresentou o PDC (Projeto de Decreto Legislativo) 913/18 para revogar a honraria.
À época, Cavalcante disse ser “inconcebível que um tirano brutal e criminoso de guerra ostente a mais importante condecoração da nação brasileira, que tem entre os seus princípios o respeito aos direitos humanos, a relação fraterna e pacífica com a comunidade internacional, o respeito à pluralidade e à diversidade e o apego à liberdade e à democracia”.
A proposta não terminou de ser analisada. Parou na CREDN (Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional).
Assad também recebeu a Legião de Honra da França, a condecoração mais alta do país. A premiação foi entregue pelo ex-presidente francês Jacques Chirac, em 2001.
Em 2018, o presidente da França, Emmanuel Macron (Renascimento, centro), decidiu retirar a honraria. Um processo foi iniciado à época, mas o ex-líder sírio decidiu devolvê-la antes. Disse que não usaria a condecoração de um “país escravo” dos Estados Unidos.
QUEDA DE ASSAD
No domingo (8), rebeldes sírios do grupo HTS (Hayat Tahrir al-Sham) tomaram a capital Damasco e derrubaram o governo de Bashar al-Assad. O ex-presidente sírio, que governava o país há mais de 50 anos, fugiu para a Rússia.
A Síria enfrenta uma guerra civil desde 2011, mas o conflito estava estagnado até o início de dezembro. Rebeldes opositores a Assad começaram a realizar ataques e tomaram o controle de territórios, como Allepo, 2ª maior cidade síria. A ofensiva durou menos de duas semanas.
Poder 360