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ASSISTA: Uma conversa com Pastor Roberto da PIBI sobre o verdadeiro sentido, origem e transformações sobre a Páscoa

 

Quando a gente fala em Páscoa, logo vem à mente o que o comércio nos empurra: ovos de chocolate, coelhinhos sorridentes nas vitrines, e uma correria que pouco lembra o que esse tempo realmente significa. Mas, se a gente parar um pouquinho, respirar e voltar ao que a Bíblia nos ensina, vamos perceber que a Páscoa é uma das celebrações mais profundas que existe — tanto para judeus quanto para nós, cristãos.

A TV CVN entrevistou o Pastor Roberto da Primeira Igreja Batista de Itaporanga e falou do verdadeiro sentido da Páscoa para os Cristões e judeus.

  1. A origem da Páscoa – o livramento no Egito

Tudo começa lá no livro de Êxodo, capítulo 12. O povo de Israel estava sofrendo como escravo no Egito há séculos. Deus levanta Moisés para libertar Seu povo, e, depois de nove pragas, chega a última: a morte dos primogênitos. Mas antes que isso acontecesse, Deus dá uma ordem muito específica a Moisés: o povo deveria separar um cordeiro sem defeito, imolar esse cordeiro e marcar os umbrais das portas com o sangue dele. Quando o anjo do Senhor passasse naquela noite, pouparia as casas marcadas com o sangue — por isso o nome “Páscoa” (do hebraico Pesach), que significa “passar por cima” ou “passagem”.

Mas repare bem: não era só uma proteção física. Era um símbolo de libertação. Era o início de uma nova história. O povo sairia do Egito, da escravidão, para viver uma vida de liberdade, com Deus caminhando à frente.

  1. A Páscoa no Judaísmo – mais que tradição, uma memória viva

Até hoje os judeus celebram a Páscoa (ou Pessach), lembrando dessa libertação. Eles se reúnem em família, contam a história do Êxodo, comem ervas amargas, pão sem fermento (matzá) e outros elementos simbólicos que fazem parte do Seder, a ceia pascal. É bonito ver como eles mantêm viva essa memória, passando de geração em geração.

  1. Jesus e a Páscoa – o Cordeiro de Deus

E é aí que a Páscoa ganha um sentido ainda mais profundo para nós cristãos. No Novo Testamento, Jesus celebra a ceia pascal com seus discípulos — o que chamamos de Última Ceia — e ali Ele revela algo grandioso: Ele mesmo é o verdadeiro Cordeiro. Aquele sangue nas portas do Egito apontava para o sangue de Cristo derramado na cruz. Não mais para nos livrar de uma praga física, mas para nos libertar do pecado e da morte eterna.

O apóstolo Paulo diz isso com clareza: “Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” (1 Coríntios 5:7). A cruz é o verdadeiro altar da nova aliança. A ressurreição, o selo da vitória. A Páscoa, para nós, é celebrar a vida nova que temos em Jesus!

  1. A Páscoa na Igreja Católica – o mistério da paixão e ressurreição

Na tradição católica, a Páscoa é o ponto mais alto do calendário litúrgico. Ela é precedida por 40 dias de preparação (a Quaresma) e culmina no Tríduo Pascal: Quinta-feira Santa, Sexta-feira da Paixão e o Domingo da Ressurreição. É um tempo de muita reverência, silêncio, oração e esperança. Apesar das diferenças entre nossas tradições, é bonito ver que há um ponto em comum: a centralidade de Cristo ressuscitado.

 

  1. O coelho e os ovos – o que tem a ver com a Páscoa?

Agora, vamos falar a verdade: o que coelho e ovo têm a ver com tudo isso? A resposta está na mistura de culturas. Lá nos primeiros séculos do cristianismo, quando o Evangelho chegou a povos europeus, alguns costumes pagãos acabaram se misturando às datas cristãs. O coelho, símbolo de fertilidade em algumas culturas antigas, e os ovos, que representavam vida nova, foram incorporados ao calendário pascal com um significado simbólico. O problema é que, com o tempo, o símbolo virou protagonista, e o verdadeiro sentido da Páscoa foi ficando em segundo plano.

Não estou dizendo que é errado dar um chocolate para uma criança, mas a gente precisa aproveitar esse momento para ensinar o que realmente importa: Jesus morreu e ressuscitou. Essa é a nossa maior alegria!

  1. Como celebrar a Páscoa hoje?

Celebrar a Páscoa, no nosso contexto cristão, é voltar os olhos para a cruz e para o túmulo vazio. É lembrar que fomos libertos, assim como o povo no Egito. Só que nossa escravidão era mais profunda: era o pecado. E nossa libertação é eterna. Não precisamos de rituais complexos, mas de um coração grato e rendido ao Senhor.

Uma boa ceia em família, um culto em comunidade, uma leitura do Evangelho em casa… tudo isso pode ser um ato de adoração sincera. O que não pode é deixar que o mundo dite o sentido da Páscoa pra gente.

Piancó - LGNET

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