‘Distorção perversa da realidade’: Confederação Israelita do Brasil repudia fala de Lula, que comparou ataques israelenses em Gaza a Hitler
A Confederação Israelita no Brasil (Conib) repudiou a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou os ataques de Israel na Faixa de Gaza às mortes no Holocausto, quando a Alemanha era comandada pelo ditador nazista Adolf Hitler. Para a Conib, a declaração de Lula foi uma “distorção perversa da realidade” e “ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”.
“A Conib repudia as declarações infundadas do presidente Lula”, escreveu a organização nas redes sociais. “Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa, somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de fundação a eliminação do Estado judeu”, continuou.
Em seguida, a Conib ainda afirmou que “o governo brasileiro vem adotando uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira. A Conib pede mais uma vez moderação aos nossos dirigentes, para que a trágica violência naquela região não seja importada ao nosso país.”
Mais cedo, na Etiópa, onde participa como convidado oficial da Cúpula da União Africana, Lula disse: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”. A fala do presidente foi feita enquanto ele criticava países ricos que suspenderam do financiamento à agência da ONU em Gaza, que enfrenta aumento da crise humanitária.
No final de janeiro, ao menos oito países — Austrália, Reino Unido, Canadá, Itália, Suíça, Holanda, Alemanha e Finlândia — se juntaram aos Estados Unidos na suspensão temporária do financiamento à agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) em Gaza, após o governo israelense acusar funcionários de terem participado do ataque terrorista do Hamas a Israel em outubro do ano passado. A organização anunciou ter iniciado uma investigação e dispensado “vários” funcionários desde então.
O Globo