Escassez de doses e desigualdade marcam vacinação na África
Dificuldades logísticas, escassez de doses e forte desigualdade entre os países marcam a campanha de vacinação contra a covid-19 no continente africano. Enquanto o Marrocos conseguiu imunizantes o suficiente para 36,32% da sua população, Burundi e Eritreia não receberam nenhuma dose, segundo dados divulgados pelo Africa Centres for Disease Control and Prevention (CDC África) nesta sexta-feira (30).
Outros países receberam quantidades irrisórias de imunizantes, como Saara Ocidental, com 20 mil doses para uma população de 600 mil pessoas, Sudão do Sul, que recebeu 60 mil doses e tem 11,2 milhões de pessoas ou a República Centro-Africana, com 80 mil doses para 4,8 milhões de pessoas.
De acordo com o CDC África, o país mais adiantado na vacinação é o Marrocos, que recebeu 26,8 milhões de doses para uma população de 36,9 milhões de pessoas, tendo aplicado as duas em 26,89% das pessoas e a primeira em 33,93%.
O segundo país que mais vacinou foi a África do Sul. Com população de 59,3 milhões de pessoas, recebeu 8,7 milhões de doses, aplicou a primeira em 11,56% das pessoas e 0,57% recebeu a segunda dose. O Egito, com 102,3 milhões de pessoas, recebeu 7,3 milhões de doses e imunizou completamente apenas 1,46% da população. Um total de 3,57% dos egípcios recebeu a primeira dose.
O país mais populoso do continente, a Nigéria, com 206 milhões de pessoas, recebeu 3,9 milhões de doses, tendo aplicado a primeira em 1,23% da população e imunizado completamente apenas 0,68% com as duas doses, já esgotando o estoque disponível.