Foi bastante prestigiado o evento intitulado: ‘Mulheres que Transformam o Mundo”, realizado nesta terça-feira (8), no Holanda’s Prime Shopping Residence, em Tambaú – João Pessoa, para marcar homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Promovido por um grupo de mulheres cristãs, composto por personalidades dos mais variados segmentos da sociedade pessoense, que vão do judiciário, passando pela política, profissionais liberais até empresárias da iniciativa privada.
O encontro teve testemunho de lutas e histórias intrínsecas das personalidades lá presentes. Organizado pela empresária Raquel Holanda, a mesa foi composta, além da própria, pela promotora de Justiça, Drª Ivete Arruda; a embaixadora da Associação Duna e ex-diretora do Departamento de Política para Mulheres do Ministério da Mulher, Morgana Macena; e a líder do Ministério Entre Amigas da Cidade Viva, Samara Queiroz; além do pastor José Arimatéia, filho da líder sindical Margarida Alves assassinada em 1983 durante o regime militar por motivos políticos.
Mulheres de fibra, luta, garra, destemidas, à frente de seu tempo, que em plena era da automação e inteligência artificial (IA) seguem firmes enfrentando a falta de equiparação nas carreiras, derrubando barreiras e conquistando espaço, muitas das vezes quebrando padrões. Questões que nos mostram como continua sendo importante falar em igualdade de condições entre mulheres e homens, especialmente no mercado de trabalho, onde elas tem impacto profundo que a dupla – às vezes tripla – jornada feminina acaba tendo nesse contexto. E para não pontuar que não houve avanço, fato é que em seis década, somente no Brasil, a participação profissional formal delas mais que triplicou.
“Lutamos duramente dia a dia para vencermos os obstáculos à nossa frente e, ao final, para mim, não tem nada mais compensador do que o retorno para casa, o aconchego do lar, com meu esposo e filhos. Creio em Deus soberano, que nos criou a sua imagem e semelhança, que nos guia e dar discernimento, cabendo a nós sermos submissos, ouvir os seus planos e entender que Ele é amor, é paz, é verdade, esperança e é justiça, sobretudo misericordioso”, disse Raquel Holanda em sua fala.
A promotora de Justiça Drª Ivete Arruda falou das lutas que enfrentou ao longo de sua carreira, mas que sempre está ali firme em seus propósitos por confiar e ter fé em Deus. “No mundo masculino ser promotora de Justiça no Alto Sertão não é fácil. Mas, quando agente sabe e acredita em quem a gente crer, e o que agente pode nEle, agente consegue derrubar qualquer barreira. Não porque somos blindadas pela nossa própria força, mas porque cremos no Senhor e agente sabe porque foi chamada. Vivemos hoje mais uma conquistazinha, mas é uma conquista significativa pra agente. Existe muitas mulheres precisando de nós, do nosso estímulo, testemunho, da nossa fé e agente precisa levar isso… independentemente do que o mundo diz, do que o contexto social aponta, do que na família a gente esteja vivendo, não baixamos a cabeça”.
Indicada ao Nobel da Paz devido ao seu trabalho em prol dos direitos, da segurança, da proteção, da educação, da paz e do bem-estar infantil… e considerada espécie de ‘matriarca’ do conservadorismo paraibano, a odontóloga e ativista social Morgana Macena pontuou, em sua fala, o papel da ‘mulher conservadora’ com os desafios na política: “Sou política, conservadora e de direita. E qual é o papel da mulher conservadora? É importante que saibamos que toda conservadora é de direita, mas nem todas de direita são conservadoras. Temos enfrentado luta gigantesca lá em Brasília nos diversos temas, como a questão do aborto onde já descobrimos que por trás existe um interesse comercial de grandes empresas, à exemplo, das de beleza que usam células na fabricação de seus produtos”.
Líder do Ministério Entre Amigas da Igreja Cidade Viva, Samara Queiroz falou sobre a força da mulher na conquistar espaços no mercado de trabalho, dando como exemplo sua própria formação na área de computação, para ela um espaço de maior presença masculina, e abordou também a importância de confiar em Deus em tudo que se colocar como projeto de vida. “É preciso acreditar no que fazemos, no que sonhamos, que colocamos como meta. Sempre tendo Deus à frente de tudo e comandante de toda a jornada, pois somente Ele é a nossa motivação e quem nos capacita para a vida”, disse.
O pastor José de Arimateia foi convidado a participar da mesa e dar seu testemunho de vida e luta. Ele discorreu sobre o assassinato de sua sua mãe, a líder sindical Margarida Alves, ocorrido em 1983 na Ditadura Militar, por motivos políticos, e que mais recentemente teve da parte do Estado Brasileiro o reconhecimento de anistiada política do regime militar, concedendo uma reparação econômica pelos danos morais despois de tanto tempo, que só foi possível depois de uma luta liderada pelo pastor Sérgio Queiroz. “Só estou vivo por misericórdia de Deus, depois de tudo isso que enfrentamos, que minha mãe foi vítima. Devemos sim homenagear todas vocês não somente neste dia, mas todos os dias.”, disse.