Justiça determina que União indenize viúva de Jango em R$ 79,2 mil por danos morais
A Justiça brasileira determinou que a União pague uma indenização de R$ 79,2 mil por danos morais para a viúva do ex-presidente João Goulart, Maria Thereza Goulart. A decisão, proferida pelo TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), considera que uma ex-primeira-dama foi afetada diretamente pela perseguição e exílio político de Jango durante a Ditadura Militar (1964-1985).
A notícia é do Poder 360. Maria Thereza registrou o pedido ao alegar que ela, o marido e os 2 filhos precisavam deixar Brasília às pressas em abril de 1964, diante da concretização do golpe das Forças Armadas. Na fuga, a ex-primeira-dama afirma que deixou a maioria dos pertences para trás, como joias, roupas de marca e até mesmo um rebanho de gado, todos saqueados.
Em sua solicitação, a viúva também relata as fugas que se seguiram no Uruguai, onde esteve até 1973, e na Argentina, país em que morreu até 1975. As duas nações passaram por processos de militarização semelhantes ao Brasil. Maria Thereza relembra que o acréscimo aumentou com a descoberta de um plano para sequestrar seus filhos. Foi quando decidiu se mudar para Londres, pouco depois da morte do ex-presidente, em 1976.
“O grupo familiar do ex-presidente, como um todo, teve de suportar os danos decorrentes de tal ato de exceção, que se iniciaram com a fuga do território nacional e tiveram desdobramentos ao longo de mais de uma década e meia de perseguição política, assim reconhecido no processo administrativo que tramitou na Comissão de Anistia do Ministério da Justiça”, afirma o juiz Bruno Risch Fagundes de Oliveira na determinação.