Luiz Couto revela que pré-candidatura a deputado federal não tem o apoio do Diretório Estadual do PT e defende a legenda fora da aliança com João Azevêdo

O ex-deputado federal Luiz Couto (PT) reafirmou, nesta sexta-feira (21), a sua pré-candidatura para retornar à Câmara Federal nas eleições de 2022. Em entrevista contundente, o petista afirmou abertamente que irá para a disputa, mesmo sem o apoio do Diretório Estadual do PT. Ele ainda defendeu que a legenda não esteja incorporada no arco de alianças com o governador João Azevêdo (Cidadania) e citou a possibilidade de retorno e até candidatura do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB).

“Depois da última eleição, a minha decisão era não ter mais participação em processo eleitoral, pretendia continuar no PT trabalhando com direitos humanos, mas vieram os apelos de companheiros que estão no Congresso Nacional, também da direção nacional. Onde chego, existem os apelos para que possamos colocar o nosso nome. É uma candidatura de apelos e vamos discutir com a direção nacional para saber as condições”, disse Luiz Couto em entrevista concedida à Arapuan FM.

O deputado ainda revelou que o Diretório Estadual do PT é contra a sua candidatura para deputado federal. “Na realidade é que se depender da direção estadual do meu partido, eu não serei candidato. Disseram ‘Vamos colocar ele para ser deputado estadual’, e eu não estou em busca de cargos, estou atrás de servir ao povo brasileiro que tendo Lula como presidente, terá uma base grande de senadores e deputados federais que pode dar o suporte”, disse.

MÁGOA

Sobre a candidatura mal sucedida ao Senado Federal nas eleições de 2018, Luiz Couto relatou a traição de integrantes daquela aliança formada e citou mágoa com alguns políticos paraibanos, entre eles, o correligionário e deputado federal Frei Anastácio (PT).

“Tivemos nas eleições passadas algumas pessoas que fizeram campanha contra a minha candidatura, pediram votos para Veneziano [Outro candidato ao Senado] e pra mim nada. Posso citar Efraim Morais, Hugo Motta também não trabalhou, Wilson Santigo, essas pessoas. E aqui em João Pessoa, na última semana, houve um derramamento de dinheiro, de fake news contra a minha pessoa, com exceção do companheiro Ricardo Coutinho que sempre esteve junto e pediu voto para mim”, disse.

JOÃO AZEVÊDO

Sobre a possibilidade de aliança entre o PT e o projeto de reeleição do governador João Azevêdo, o ex-deputado disse que a decisão deverá ser tomada pela Direção Nacional da legenda, no entanto, ele defende outros rumos para a legenda nas eleições de 2022.

“Se depender de mim, não terá o apoio [para João Azevêdo], porque o que ele fez, após eu tomar a posição política de apoiar Ricardo Coutinho [para prefeito de João Pessoa, em 2020], e ele me exonerou [do cargo de secretário], mesmo com um pedido que eu tinha de férias, ou seja, não tem como você querer apoiar”, disse.

RICARDO CANDIDATO

Ao falar sobre Ricardo Coutinho, Luiz Couto ignorou o fato do socialista estar inelegível por processos julgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O TSE o tornou inelegível, mas este Tribunal não é o dono da verdade. Não é a última instância, não é uma decisão terminal, pode recorrer e ter uma decisão desmanchada”, disse o ex-deputado, que complementou: “Ele pode ser candidato a governador ou até mesmo a senador. Isso vai depender da vontade dele e da direção nacional do partido”.