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Número de inadimplentes aumenta; veja como sair das dívidas

situação do brasileiro em relação ao dinheiro segue preocupante. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada esta semana pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 61,5% das famílias brasileiras em fevereiro tinham dívidas (em atraso ou não).

Já quando se olha para o número de inadimplentes, ou seja, aqueles que estão com as contas em atraso e pagando juros, esse percentual subiu de 22,9% em janeiro para 23,1% em fevereiro deste ano.

O especialista em educação financeira do canal Dinheiro à Vista, Reinaldo Domingos, alerta para os riscos e orienta como sair do ciclo do endividamento.

“O primeiro passo é fazer um levantamento detalhado de todas as dívidas, priorizando as que possuem bens de valor como garantia e evitar o corte de serviços indispensáveis. Priorize as dívidas que têm as taxas de juros mais altas. Provavelmente serão as dos empréstimos adquiridos junto ao sistema financeiro”, afirma.

Ainda de acordo com o levantamento, o cartão de crédito é o principal tipo de dívida, atingindo 78,5% das famílias, seguido por carnês (13,9%) e financiamento de veículos (9,8%).

Segundo o educador, utilizar linhas de de crédito sem conhecer em detalhes o funcionamento do sistema é uma das faces do comportamento de risco financeiro mais comum na cultura de endividamento. “É importante que os consumidores saibam calcular os impactos de financiamentos (cartão de crédito, cheque especial, financiamento da casa própria, do carro, de eletrodomésticos, entre outros) em seus orçamentos, antes de optar por linhas de crédito, pois, na maioria dos casos, se entra no ciclo do endividamento cuja saída é muito complexa”.

Ciclo do endividamento

Outro ponto importante em relação ao tema é a prevenção, e para isso é preciso ter em mente que o ciclo do endividamento se constitui de causas como analfabetismo financeiro, consumismo, marketing publicitário e crédito fácil; de meios – cheque especial, cartão de crédito, crediário, crédito consignado, empréstimos, adiantamentos e antecipação do IR –; e de efeitos – problemas conjugais, problemas de saúde, desmotivação, baixa autoestima, produtividade reduzida, atrasos e faltas no trabalho.

“Em geral, a ciranda financeira segue o seguinte compasso: se a prestação da casa, do carro ou outro compromisso financeiro assumido não está cabendo no orçamento, a pessoa passa a pagar todas as demais despesas com cartão de crédito ou cheque especiais, imaginando que, assim, sobrará recurso para pagar suas principais dívidas. Dentro de poucos meses, no entanto, já não conseguirá quitar a fatura do cartão ou o cheque especial, até que entre algum recurso extra. Quando se dá conta, a pessoa está endividada de todos os lados e recorre a empréstimos que não pode arcar, não conseguindo se livrar deste ciclo vicioso”, afirma Domingos.

O que fazer?

Reinaldo Domingos também orienta que se procure o gerente da instituição e peça para que se reúna num mesmo pacote as dívidas de cheque especial, cartão de crédito e demais empréstimos, negociando uma linha de crédito diferente, mais alongada, com juros médios de 2,5%, cuja prestação seja menor do que o valor total dos juros que a pessoa pagava mensalmente. “A partir desse acordo com o banco, o devedor estará pagando não mais apenas os juros, e sim o valor principal, fazendo com que a dívida seja efetivamente liquidada ao longo do tempo”, aconselha.

No caso se não haver possibilidade de acordo com a instituição financeira ou se a parcela negociada não couber no orçamento, o educador orienta que a melhor opção é poupar para que, quando for procurado pelas empresas de recuperação de crédito contratadas pelos bancos, tenha melhores condições de negociar a quitação em valores menores.

“Por mais que acredite que chegou ao fundo do poço, sempre haverá alternativas; para isso, basta ter perseverança e criar uma estratégia para reverter a situação. Nunca se esquecendo, é claro, de projetar os sonhos para o futuro”.

Piancó - LGNET

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