Reitor da UEPB confirma Piancó como sede de futuro campus no Vale do Piancó mas frusta região ao não informar quando será instalado…

A Assembleia Legislativa foi palco ontem (14) de uma Audiência Pública, realizada pela Comissão de Educação, Cultura e Desporto, tendo como pano de fundo o debate sobre a instalação de um Campus da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), coisa que já vem se arrastando desde o início dos anos 2000.

Presidida pelo deputado/propositor Taciano, a audiência contou com as presenças do magnífico reitor Rangel Júnior (foto ao lado); dos deputados Tovar, Walber Virgolino e Branco Mendes; dos prefeitos Daniel Galdino (Piancó), Divaldo (Itaporanga), Allan Bastos (Pedra Branca), Leonice Lopes (Boa Ventura), Segundo Madruga (Emas); além de vereadores da região, estudantes e convidados.

Pra começo de conversa não há o que se questionar na luta da região por essa causa que, diga-se de passagem, não é de hoje. Vem de longe, muita gente que já deu sua contribuição e continua lutando há mais de uma década. Há disputa, um tanto quanta insensata, entre Piancó e Itaporanga para sediar o futuro campus. Estudantes das duas cidades, vindos em galerias, estiveram nas galerias. Clique nas fotos para ampliá-las…

Destacamos, dentre os oradores, as falas do itaporanguense (acadêmico de Direito) Custódio Jr. (foto acima) e do presidente da câmara, professor Jucivan Araújo, ambos em colocações precisas com números nesse debate; e dos piancoenses Daniel Galdino e Neguinho Marinho, respectivamente, prefeito e presidente da câmara local, com o fervor de quem defende um equilíbrio no desenvolvimento regional.

Os demais discursos foram na mesma toada de sempre: que se trata “única região sem ensino superior presencial”, como se o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da universidade não soubesse disso. Inclusive, na fala do reitor Rangel Júnior ele reitera que o campus já foi aprovado (em 2015), entretanto, sua instalação depende de vários fatores sendo o principal: o orçamentário.

O quiproquó está na decisão política do Governo do Estado, o dono do cofre, apesar da autonomia da universidade. Bom lembrar que a ex-reitora itaporanguense Marlene Alves (antecessora de Júnior) foi quem defendeu Piancó como sede por achar inconveniente colocar o campus em sua terra natal. Na época do governador Zé Maranhão este não quis saber de conversa e mandou instalar um campus em sua terra natal: Araruna, como aconteceu. E fim de papo.

Na audiência de ontem, Rangel Júnior fez um arrodeio danado para explicar que a universidade não tinha orçamento para instalar o campus, disse que até uma gráfica (com mais de 50 anos foi fechada recentemente) e, ao final, falou (a verdade) que a universidade já havia definido Piancó como futura sede. Porém, o governador (nesse ou no próximo Governo) é quem vai decidir quando da dotação orçamentária.

Vale ressaltar o que bem frisou o reitor, falando diretamente aos deputados : “É preciso que haja as condições necessárias para a instalação de um campus que custa cerca de R$ 1 milhão, aí para manutenção vem mais R$ 1 milhão no ano seguinte, mais R$ 2 milhões em diante…”. Ou seja, os deputados é quem aprova o orçamento e o governo quem destina.

O reitor ainda quis agradar os dois lados (Piancó e Itaporanga) dizendo que “universidade pode estar nos dois lugares, sem necessariamente ter um campus instalado”. Uma fala desnecessária. Itaporanga já tem um pólo virtual, mas a região precisa de campus presencial. Isso é fundamental, uma dívida histórica e em respeito para com povo dessa região.